O velho debate sobre a supremacia da Martinica ou de Saint Martin está resolvido: Saint Martin. Uma ilha aonde não se encontra tinta para canetas não pode ser senão um lugar de passagem. Por muito linda que seja - é, muito. Claro que não é amanhã que a tinta das minhas quatro canetas vai acabar. Terei tempo de chegar a Marigot antes de isso acontecer. A preocupação é de ordem teórica. Ou teológica, se preferirem. Em Marigot podia escolher entre várias cores e marcas. Aqui não sabem sequer o que é uma caneta (enfim, exagero. Só uma vez tive de mostrar uma porque a vendedora não sabia a que me referia quando lhe falava de plume).
De resto, as coisas seguem o seu caminho. O S. D. não estará pronto tão cedo, ao contrário de mim - depois de amanhã tenho a primeira consulta séria em vista da resolução de um problema somático que o nosso querido SNS não pode resolver antes de as galinhas terem dentes e eu não ter vida. Em casa tenho rum, comida, livros e calor, para além do filho, que ainda é filho apesar de já ser uma pessoa. Isto é, tenho tudo aquilo de que necessito, para já.
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Comprei dois livros do Aimé Cesaire, história de me refrescar sobre a negritude. Interessante interessante seria alguém fazer uma «negritude» actual, agora que não há colonizadores. Mas que assim de repente me ocorra só uma senhora nigeriana se meteu por essas vias. Ainda não tenho o livro, mas é daqueles que está no tapete rolante há tempo suficiente para dele sair num ápice.
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Do meu apartamento - melhor, da mesa aonde escrevo e tomo o pequeno-almoço e por vezes o almoço ou o jantar - tenho uma vista sublime. Questão de sorte, claro, como foi o de há onze ou doze anos. Posso zangar-me com esta ilha por causa da tinta para as canetas de tinta permanente, mas ela não me retribui a zanga. Antes pelo contrário. A única coisa de que me posso queixar agora é dos preços, mas pronto, basta-me não levar isso muito pessoalmente.
Do meu apartamento - melhor, da mesa aonde escrevo e tomo o pequeno-almoço e por vezes o almoço ou o jantar - tenho uma vista sublime. Questão de sorte, claro, como foi o de há onze ou doze anos. Posso zangar-me com esta ilha por causa da tinta para as canetas de tinta permanente, mas ela não me retribui a zanga. Antes pelo contrário. A única coisa de que me posso queixar agora é dos preços, mas pronto, basta-me não levar isso muito pessoalmente.
(Cont.)
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.