Adormeço à sombra do sono, feito formiga por baixo do embondeiro. O dia dissolve-se - o que foi e o que virá. Há sempre dois, o de antes e o de depois. Penso no Plaisirs minuscules do Delerm e nesta sucessiva acumulação de prazeres, alguns dos quais minúsculos, nesta sucessiva acumulação de dúvidas, algumas das quais maiúsculas e pergunto-me quando, se, haverá, terei, algum dia uns sem as outras, minúsculos mas absolutos prazeres sem reticências, pontos de interrogação, passados ou futuros.
Não sei sequer se saberia degustá-los, a havê-los, como se montasse um puro-sangue ou pilotasse ou cata da America's Cup.
Por exemplo: o almoço foi parcialmente magnífico. A magnificência pode ser parcial? O prazer pode ser absoluto? E eu, serei um dia capaz de não ser eus?
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.