26.1.24

Diário de Bordos - Le Marin, Martinique, DOM-TOM França, 26-01-2024

Para trabalhar vou ao co-work da marina. Tem uma boa rede, ar condicionado e bares na proximidade. Mas para escrever prefiro voltar para casa. Já não tenho a vista que tinha em Montgérald, mas a que tenho aqui tão pouco é triste. Dá vontade de cantar laudas ao vento e ao verde, a esta vegetação que ganha ainda mais vida com o vento que a agita, que lhe faz festas, acaricia e ela responde, contente e viva, ágil como uma adolescente nas suas primeiras aventuras. E tão velha que é.

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Cheguei aqui há coisa de um mês e meio. Aquilo que eu previa aconteceu: hoje passo à frente de um daqueles escritórios aonde inicialmente deixava CV e perguntava (retoricamente) se tinham trabalho ocasional para mim. Desta vez não tive sequer tempo de entrar: a chefe de base sai de lá de dentro a pedir-me para entrar e a perguntar-me se tenho disponibilidade e se sim por quanto. Acordamos um número, explico-lhe que a minha prioridade é o S. D., mas que sim, posso trabalhar noutras coisas e agora tenho pendente uma viagem da Dominica à Guadeloupe num cata e mais dias quando houver chegadas de cargos (há muita gente que envia as embarcações em cargueiros especializados e aquele escritório é um dos mais activos nesta área). Não sei o que vai dar, mas sei que esta vegetação tem razão para parecer tão contente. E, sobretudo, para me alegrar tanto, de tão bela.

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Jantar maravilhoso ontem no Cayali, com a T. G. e um casal que não conhecia. A senhora merece palmas: conseguiu fazer rir o dono do restaurante, conhecido daqui até à Lua por não sorrir nem que lhe afaguem as plantas dos pés com uma pena. Mais do que isso: conseguiu humanizá-lo. Até agora, para mim era uma espécie de robot com aspecto humano, que eu «tolerava» (aspas porque cito o Manuel Monteiro) com uma dose monumental de humor. Tenho a certeza de que a partir de agora nada será como até agora, graças à S. C. - a quem aqui manifesto toda a minha gratidão e admiração.

Hoje repetimos a proeza, mas com mais gente do grupo da Treino de Mar. Admiro a empresa por conseguir juntar um grupo tão grande de malta e felicito-me por não ser invejoso. Olha se fosse... Bolas, só preciso de quatro pessoas. Mas não sou e congratulo-me por ver tanta gente a descobrir e a usufruir destas ilhas.

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O primeiro tripuilante para a travessia do Atlântico acaba de confirmar! SSSSSIIIIIMMMMM!!!!! Bem vindo a bordo.

(PS - Resultado: deixei ferver o café. As notícias andam sempre aos pares.)

Resultado dois: já só há três lugares para a viagem de St. Martin a Lisboa. Não se despachem não que não é preciso.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.