O vento caiu completamente. Parece um daqueles dias de Verão (daqui), quentes, abafados e húmidos. No horizonte havia uma neblina que alguém me disse ser «areias do Sahara». Não sei se os alísios conseguem trazer as areias do Sahara até aqui ou se são devaneios de europeísmo. Não investiguei porque, na verdade, estou-me nas tintas. Seja o que for. Não tarda isto vai mudar, tal como agora mudei o Gould das Variações para as suites inglesas: de repente. A resposta à pergunta «há uma verdade?» é quântica, gatil: sim e não. Há uma verdade na qual acreditamos e há outra na qual outros acreditam mas que é menos verdade, pela razão simples que é diversa da nossa. Não se pode acreditar em tudo ao mesmo tempo e se acredito em qualquer coisa é obviamente porque a considero mais verdadeira do que a verdade do vizinho. Isto não significa que não se deva pensar que a verdade do vizinho é necessariamente uma palermice. Pode ser e pode não ser. Tal como a minha, de resto.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.