14.3.24

Da fundamental questão da atracção ou falta dela entre iguais

A estupidez não me grama. Nada há que eu possa fazer a esse respeito, tanto mais que não tento sequer fazer-me apreciado por ela. [Adenda: não tento fazer-me apreciado por ninguém, desde que descobri que nem por mim o sou e essa descoberta já tem quase meia dúzia de dezenas de anos.]

Verdade seja dita: não é só a estupidez. As mulheres bonitas tão pouco me perseguem. Salvo algumas raras excepções, apresso-me a esclarecer. Já me saíram algumas na rifa. Aliás, agora que penso nisso, o mesmo se passa com as feias: não andam propriamente atrás de mim, resposta simétrica à minha atitude para com elas. (Há igualmente excepções, nos dois sentidos.)

Na verdade, passa-se com as mulheres o que se passa com o resto da humanidade: só as inteligentes vêem em mim qualquer coisa que as intriga. Dura pouco tempo, felizmente. Mandam-me passear rapidamente. Uma vez tentei namorar uma miúda burra que nem uma porta, só para ver, mas também não funcionou. Despedi-me dela ao fim de dois dias.

Também fiz várias combinações beleza / inteligência - não se excluem, qualquer idiota o sabe ou devia saber. O que varia são as proporções.

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Resultado ao fim deste longo périplo pela minha vida afectivo-intelectual: estou quase no ponto de partida. Avancei pouco nesta incessante pesquisa pelo sentido da vida que é a minha vai para mais de cinco décadas.

Porquê quase? Porquê pouco? Porque deixei de fora a amizade. Infelizmente nunca tive amigos idiotas, pelo que me é difícil fazer comparações. Mas já tive colegas de trabalho e contactos com pessoas menos dotadas intelectualmente. O que nos deixaria no ponto de partida, não tivesse eu uma pergunta a fazer: como vou explicar isto aos dois neurónios que me restam?

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.