3.3.24

Diário de Bordos - Sainte-Anne, Martinique, DOM-TOM França, 03-03-2024

Aproveitei o empurrão de um impulso e peguei no bote para vir a Sainte-Anne. A meio caminho ainda pensei puxar até às Salines, mas entrou vento, lembrei-me de que provavelmente à tarde vai chover, o bote não é grande coisa (apesar de ser uma coisa grande) - não é de fundo rígido e para viagens de mais de uma piscina ou que não sejam numa torna-se rapidamente desconfortável - de maneira regressei ao plano original. Sainte-Anne é a estância turística do sul da Martinica. É uma vilazita bonitita e com uma boa vibração, seja lá isso o que for.

Quem não anda em fase de boas vibrações sou eu. A música do bar aonde me refugiei para escrever e beber uma cerveja entra-me pelo sistema e escangalha-mo todo, apesar de a vista ser linda e de a cerveja ser a Lorraine de sempre, cerveja de que gosto bastante, felizmente. O apartamento do T. é aqui. Queixa-se dos turistas - ou melhor, do tipo de turistas, mais français moyen do que devia ser permitido pelas regras do bom gosto, mais beauf do que se creria possível. Há uma estância do Club Med (aonde tentei parar inicialmente, pensando que já estava fora da área mas não, ainda estava no espaço deles e vim-me embora. Não querem dinghies amarrados ao pontão deles e eu tão pouco).

Um grupo de beaufs vem sentar-se à minha frente. A música fica ainda pior. Não sei como se chama este tipo de merda. Merda gigante, talvez. Ou merda sonoro-gigante. «Quel est le sommet du pléonasme? L'expression "un français moyen".» Vá lá, consegui pelo menos que a «responsável» (aspas porque cito, não porque duvide da função da senhora) baixasse o nível de som. O restaurante / bar chama-se La Dunette, tem uma localização privilegiada, como se diz nos anúncios de imobiliário e não me lembro de como é a cozinha. Aqui em Sainte-Anne o meu sítio preferido é a Cour Créole, mas hoje talvez experimente outro. Não sei.

Bom, mas vamos ao que interessa: a dor que me acometeu recentemente não resitiu a um par de paracetamol. Resta-me o incómodo, que também ele se atenua dia a dia. E resta-me esta fartura de tudo, este estar tão farto de tantas coisas que não sei sequer de que estou farto ou porquê. 

.........
Salvas todas as devidas proporções - são muitas, imensas, vastas - Sainte-Anne faz-me pensar em Colónia San Jordi, aonde espero ir daqui a pouco mais de três semanas, Inch'Allah.

.........
(Continuação)

Experimentei o La Daurade. Absolutamente recomendável, tanto pelo preço como pela qualidade. Ti'punch a dois e cinquenta. Boudins criolos muito bons (talvez com uma pontinha de canela a mais, mas isso deve ser estudado), frango boucané excelente. 

Depois vim para boredo e não comi mais nada o dia todo.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.