Dois tons de azul e muitos de verde. Quem quer que tenha estudado teoria das cores sabe que estas duas tem uma em comum: o amarelo. Penso imediatamente num triângulo isósceles: verde e azul com o amarelo no vértice. Dentro desse triângulo está o branco dos cumulus.
Dentro desse triângulo está a felicidade, da qual ele é parte integrante. A embrulhá-lo estão os alísios, hoje finalmente razoáveis (se bem um bocadinho fortes de mais para o que eu queria fazer logo de manhã, mas isso fica para outro dia). Azul, amarelo, verde, todos eles embalados por doze nós de vento, mais coisa menos coisa. Os sinais do escaldão do outro dia desvanecem-se e tenho de novo a pele sedenta de sol. Não tenho a certeza de que seja só a pele.
Aposto que a felicidade também.
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Fui a Fort-de-France no carro do T. Pergunto-me como fui capaz de fazer esta estrada todos os dias e respondo-me de seguida: o que tem de ser tem muita força.
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Em breve terei de lá voltar. A loja que vende uma das coisas de que preciso estava fechada.
Mas almocei no Pain de Sucre, que a cada vez avança na categoria "restos du coeur", fui beber um rum ao Impératrice, aonde o empregado se desculpou. Selámos o acordo com o aperto de mão. Comprei cigarros no Sun & Fish, devo ter apanhado pelo menos duas multas, deixo-me embalar pelos balanços do S. D. e pergunto-me se um triângulo isósceles com nuvens brancas no interior e ventos alísios no exterior não será uma das formas geométricas daquilo a que alguns chamam felicidade e eu também, às vezes.
Se bem plenitude seja igualmente aceitável.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.