- É tarde. Devias deitar-te.
- Estou deitada, caso não tenhas reparado.
- Não é isso que quero dizer. É deitar-te, deitar-te mesmo, dormir.
- Achas que estou a levitar?
- E se me amasses?
- Esse é provavelmente o único jogo de palavras da língua portuguesa que detesto, como sabes.
- Pensava que era "alma minha".
- Não. Essa ainda não partiu. Ainda a tenho.
- Aos pares. Dorme.
- Só durmo depois de me foderes.
- Sou assim tão suporífero?
- És. A minha irmã chamava-te "o Xanax".
- ...
- Ficaste sem palavras?
- ...
- Não te preocupes. E sim, vou amar-te, sem jogo de palavras. Sempre gostei de foder contigo e quando a Elsa se vinha queixar-se de ti mandava-a bugiar. É preciso saber foder-te. Por isso não me importo nada de que andes por aí a plantar Joõezinhos em tudo quanto é cona. Não passam de receptáculos, como os cestos que os padres passam na missa para as esmolas. Foder-te é outra coisa. É a eucaristia toda.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.