Toda a gente sabe: gosto muito do que faço e gosto ainda mais de o fazer muito. Acontece porém que o excesso de actividade tem um inconveniente: faz entrar dinheiro e essa entrada exige um esforço enorme, uma disciplina, por assim dizer: é preciso gastá-lo antes que ele se gaste a si próprio. O dinheiro tem uma forte capacidade de entropia caótica. Há que dar-lhe forma e caminho. Por exemplo: hoje não fui à Feira do Livro. Fui à Ler Devagar, aonde gastei o dobro do que teria gasto na dita feira. Tive ainda oportunidade de comprar uns óculos escuros pelo triplo do preço do que paguei pelos que comprei há uma semana na Horta e já perdi. São quatro vezes mais bonitos, no mínimo. Comprei também um saco de couro mais belo do que todos os sacos de couro que vi até hoje e tem a capacidade de albergar o meu computador e a minha máquina fotográfica, comprada com grande esforço de reflexão em Philipsburg, Sint Maarten. Devo dizer que tenho este talento desde que comecei a ganhar dinheiro, teria dezanove anos se tanto. Longos anos de prática. Não tarda deixo a navegação e abro uma escola de gestão financeira, da qual o eixo pedagógico será: aprenda a não separar a estética do guito.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.