Última noite em Palma, até ver. Peço ao táxi que me deixe no princípio da Sindicat e apercebo-me da primeira idiossincrasia: não tenho bicicleta. Ando a pé. O Claudio tem uma fila mas é pequena. Como sempre: peço-lhe meia dose (laranja de Maiorca, desta vez), ponho os trocos todos que tenho na carteira (dois euros e qualquer coisa), troco meia dúzia de cumprimentos e saio com dose meia do melhor gelado do universo. De todos os universos, para quem acredita em coisas.
Não me apetece ir para casa. Não me apetece ir para lado nenhum, de maneira venho ao 7 Machos beber uma Margarita e um shot de mezcal. É para isso que trabalhamos, não é? Para viver. Para ter muitas casas em vez de uma só. Para ter livros que um dia daremos a uma biblioteca. Para beber uma Margarita que não é igual a nenhuma outra. Para ter sono e resistir-lhe. Para viver quando devíamos estar a dormir.
E para comprar mais animais ao Mbayé. E para ser feliz.
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"De derrota em derrota até à vitória final, diziam dos comunistas os outros. De asneira em asneira até à sageza, digo eu.
A vida não passa de uma colecção de erros que por milagre alquímico nos leva a outra colecção de erros, só que mais pequena, mais pequenos, mais agradáveis e mais baratos.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.