As palavras não são ilhas. São arquipélagos, alcateias para quem prefere analogias terrestres. Pense-se por exemplo no conjunto mãos-mamas, na sua perfeita adequação, como se as duas palavras tivessem sido feitas uma para a outra. Foram, claro. Essa conformidade não é só lexical. É física também. É tão perfeita que poder-se-ia inclusivamente discutir a ordem dos factores: qual das simetrias começou primeiro: a das palavras ou a dos corpos? Vá lá saber-se.
Enfim, tudo isto porque hoje me ocorreu um neologismo: mãomas. Agora, só preciso de encontrar os verbos, adjectivos e substantivos que o vão por assim dizer vestir. Reger, diria um gramático. Ou eu, que sei muito bem quem rege as minhas mãomas.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.