18.10.25

Diário de Bordos - Caminha, altíssimo Minho, Portugal, 18-10-2025

Não dormi, dormi, dormi mas dormi dormi, o que já é bastante bom. Depois acordei, continuei a ouvir os Magnetic Field da véspera e abri os últimos caixotes de livros (últimos no sentido de mais recentes...) Claro que felicidade completa seria ter tempo para os acariciar, folhear, ler uma página aqui e outra ali - os preliminares, por assim dizer. Infelizmente não tenho tempo para isso mas penso - que importa? Quem precisa de ser completamente feliz quando sê-lo parcialmente já é tão bom?

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Venho escrever para a Riviera, waterhole da burguesia local, de meia dúzia de turistas e oe alguns peregrinos. Tem bons pastéis de Chaves (enfim, suficiente mais. Bom menos, nos dias melhores) um serviço que costuma ir dar uns passeios à Lua antes de chegar à nossa mesa (o ratio clientes / empregados é da ordem do milhão para um) mas é um sítio bonito e eu gosto de cá vir. Aqui tive a primeira reunião com uma pessoa que pode ter uma voz definitiva sobre a marina e eu sou como os touros, territorial. O primeiro canto da arena aonde calho fica «o meu canto».

Está sol, o homem das bicicletas está fechado - parece-me mais fácil ganhar a lotaria do que apanhar aquela loja aberta (prémio duplo se a porta estiver aberta e o homem sorrir) - vim na BH Glasgow Vintage até aqui e é visível que ela gosta do caminho, vem ligeira por essas ruas, parece que voa baixinho e me diz «Obrigada! Obrigada!, estava farta de estar fechada naquela garagem. (Se me pusesses um bocadinho de óleo nas engrenagens...)»

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Penso na quantidade de temas sobre os quais o mundo espera ansioso a minha opinião: burkas e orcas vêm no topo. Lamento, mundo. A cerveja e o que me rodeia (tanto externa como internamente) são mais importantes.

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