14.11.25

Diário de Bordos - Mindelo, S. Vicente, Cabo Verde, 14-11-2025

O meu Pai tinha razão: "Luís, nunca vás a Cabo Verde. Se lá fores, nunca mais de lá sais." Poderia passar o resto dos meus dias aqui, na Columbinha, a ouvir música, ver dançar e beber cerveja. Ocasionalmente danço, mas é pouco. Eu só sei dançar sozinho. Mas sei apreciar o resto e isso chega-me. Nasci para viver nos trópicos, por mais que deseje o frio. Nasci para viver no mar. Nasci para ver esta gente dançar e lamentar não ser capaz de fazer o mesmo, tão fácil. Sou feito de emoções, fragilidades, lágrimas e noites como estas: mistura de misturas.

Nasci para ser o que sou: marinheiro em terra, marinheiro no mar, marinheiro em Cabo Verde e em breve na Martinique. Marinheiro na Lua, marinheiro neste mundo no qual me fundo como se fosse feito de aço. Não sou. 

Quando muito, aço mole.

1 comentário:

  1. Ana Cruz06:56

    Grande marinheiro! Nao te ha mar desconhecido. É um luxo navegar contigo. Nunca mais o mar será o mesmo. Obrigada (outra x :)

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.