9.1.04

Quem lê Celan

Uma vez fui buscar uma criança que tinha sobrevivido quatro ou cinco dias debaixo de uma pilha de cadáveres numa igreja. Ninguém sabe quantos dias: a criança não falava. Tinha sido uma tia, apresentadora de um programa erótico na televisão suiça-francesa, que a veio buscar a Bujumbura. Pergunto-me se ela continuou o programa, depois daquilo. Ou se a criança já fala. E se lê Celan (a aliteração é feia, eu sei. A história também).

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