16.4.04

O raio, o nevoeiro e o mar

No mar, tenho medo de uma coisa e detesto outra: dos raios e o nevoeiro, respectivamente.

É difícil, uma pessoa defender-se de um raio: tem que se passar a amarra em volta do mastro, depois em torno do barco (pela balaustrada), e deixar cair o chicote (a extremidade) no mar, cerca de um metro. Depois, deve desligar-se as baterias, e esperar que a trovoada passe - tudo isto sem garantias de sucesso. Já vi um barco que tinha sido atingido por um raio, e não é um espectáculo bonito. Era um bocado de carvão encarquilhado, que tinha sido rebocado para o porto por uma corveta da Armada. Felizmente a tripulação estava sã e salva. Nem sempre é o caso.

Navegar no nevoeiro não é muito mais agradável, dura muito mais tempo e oss remédio são muito mais passivos: seguir devagar, ouvir, ouvir, ouvir - se bem que na névoa o som pareça vir de todos os lados - e estar pronto para manobrar, sempre.

Não há, nunca vi, nevoeiro e trovoadas ao mesmo tempo - no mar, claro; em terra o caso é outro.

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