24.4.04

Via Dolorosa

O bar chama-se Pop Up, e é na Rua das Janelas Verdes, nº 84. Há quase trinta anos que os frequento, mas ainda não sei o que distingue um bom bar, equipamento indispensável ao meu equilíbrio psíquico, de um mau. Uma barmaid bonita? A do Pop Up deve ter sido corrida de todos os concursos de beleza do mundo, para dar uma chance às outras concorrentes (sim, eu sei que não sou exagerado e que por vezes devia empolar um pouco as afirmações secas e objectivas que faço. Que fazer? Sou mininalista...); contudo, uma bonita empregada não chega: o melhor bar do mundo, a Casa do Largo, em Cascais, não tem, nunca teve, seja Deus louvado, uma única empregada feminina. Será que a simpatia do dono do bar é determinante? O dono, ou um dos donos, do Pop Up é a simpatia personificada; será a decoração, a música, o serviço generoso e sorridente? O Pop Up tem uma decoração lindíssima, e, para quem, como eu, gosta de arquitectura, particularmente apelativa. A música é boa, a quantidade de vodka que me serviram apreciável - e apreciada - e, enfim, a metade feminina da clientela é bonita, se bem que seja eclipsada pela da jovem senhora que está atrás do balcão.

Temos, portanto, um bar que:
a) é bonito;
b) tem uma clientela bonita,
c) e uma boa música - pelo menos no dia em que lá fui;
d) serve porções generosas ("estão no princípio", diz o céptico em mim. "Que importa?", responde o ingénuo);
e) fica perto de casa (se bem que isto não seja relevante, acho que deve fazer parte de uma crítica objectiva e fria como esta).

Que se pode querer mais? Talvez uma variedade maior na escolha de bebidas, e uma passagem rápida por um curso de cocktails... Mas que isto não vos impeça, ó multidão, de acorrer em massa ao Pop Up - único, ou pelo menos dos raros, bares da zona onde vale a pena ir, o que não é pouco.

Ainda na área da crítica dos equipamentos de lazer de Santos, uma palavrinha rápida e igualmente objectiva em favor do restaurante Pangaré, sito ele também na Rua das Janelas Verdes. É um restaurante muito pequeno, onde à noite se come um só prato, a "picadinha", que é uma mistura de carnes e de tubérculos grelhados. É bom, agradável, tem o ligeiro senão de ser ligeiramente caro para o que é. Mas a simpatia da dona, a qualidade do que lá comi até hoje (tambem têm prato do dia, este a um preço francamente acessível, e francamente bom), o vinho Marquez de Tenera a um preço mais do que aceitável - compensam largamente aquele ligeiro defeito.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.