Foi no dia em que ela quis apanhar o mesmo táxi que eu. "Estou cheia de pressa, este táxi é meu"; "Também eu estou com pressa, e, a senhora vai desculpar-me, mas quem o chamou fui eu". A discussão parecia sem fim. Acabei a propôr-lhe levá-la ao restaurante para onde ia; acabei a pagar a corrida toda, apesar do sobrecusto significativo que isso implicara; acabei a dar-lhe um cartão de visita.
"Temos estilos diferentes, mas gosto mais do seu do que do meu", disse-lhe. Ela escreveu-me no dia seguinte: "Não desgosto do seu. Venha almoçar comigo".
Fomos a um restaurante grego, perto da doca. Ela era controladora aérea; trabalhava no Aeroporto havia muitos anos. Eu navegava. "Não se impressione", dizia às potenciais conquistas, "a verdade é que não sei fazer mais nada". Caiu em seco, claro. O que me salvou foi saber fazer outras coisas.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.