O mar espera-te, sabes? Prepara-te: não é muito confortável. É azul, sempre azul (ou quase sempre), húmido, e (Inch' Allah) ventoso. Não pára de mexer e de te abanar, e por vezes faz-te sentir que estás numa máquina de lavar roupa desenfreada e vingativa.
Alguns dizem que é sempre a mesma coisa, mas não é: é como um filme do Godard, mas em tamanho real - tuda muda, e tudo parece ficar igual. Gosto do mar, tu sabes, mas não sei explicar-te porquê: porque é azul, porque muda incessantemente, porque é a minha margem e o meu centro, o meu limite e a minha raiz.
Gosto de ti como gosto do mar: és o meu azul, a minha imanência, o meu vento, sem o qual não sei nem quero viver. Estás longe, e eu amo o longe; estás perto, e eu toco-te com os dedos; e com o amor, sempre.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.