- Jantamos? - disparei a pergunta à queima-roupa, subitamente, sem ter sequer tido tempo de a elaborar interiormente. Eu acabara de a conhecer, não trocara mais de meia dúzia de frases com ela, e todas de circunstância.
- Não. O mano faz 25 anos, e isso festeja-se.
- Festeja-se? Porquê?
- Sei lá. Porque é metade de 50, talvez. - Eu tinha 50 anos, ou muito perto, e ela pouco mais de 30. Não gosto de mulheres muito mais novas do que eu, sobretudo porque não sabem dar respostas destas. Esta não o era, visivelmente.
- Enganei-me - retorqui. - Devia ter utilizado o verbo na sua forma reflexa: jantamo-nos?
- Hoje não. Amanhã talvez.
- Quem é que telefona ao outro?
- Você é homem, não é?
- E você não liga a essas coisas, pois não?
- Com pessoas de 50 anos ligo.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.