23.7.06

Hot Club

O Hot Club está cheio - de gente, de mulheres bonitas, de música, de "estar tudo na mesma" - até o Rui Neves lá estava, no lugar ao balcão que me apetece pensar ser onde o vi pela última vez há trinta anos. Não é verdade, claro, mas para o caso é irrelevante.

É forçoso, e objectivo, reconhecer que as mulheres do Hot Club são mais bonitas do que, por exemplo, as do Pavilhão Chinês, dos KKKKK todos, do Frágil (o que não é difícil), ou do Lux (apesar de nunca lá ter entrado). A razão é simpples: é que essas mulheres, as que não vêm ao Hot Club, são demasiado artificiais ou demasiado "naturais", demasidao bonitas ou demasiado feias, demasiado gordas ou demasiado magras. As do Hot não: são bonitas sem ter cara de quem saiu da passerelle há dois minutos, vestem-se normalmente, e só são sofisticadas "por dentro", whatever that is. Mesmo as namoradas dos músicos têm um ar normal, de "girl next door", como dizia a Playboy. Ao contrário dessas Courtney Love de pacotilha que por aí pululam.

Já aqui falei, creio, do Dr. Jazz, em Düsseldorf. Era diferente do Hot: para começar, era um clube de jazz, não um jazz club. Não sei se me faço entender, pero poco importa. Tinha umas escadas, também, onde eu costumava sentar-me com a minha namorada, uma alemã muito magrinha e muito bonita que falava seis ou sete línguas e urrava em todas quando fazíamos amor. Não me lembro do nome dela: era um desses nomes de deusa teutónica que só fazia sentido depois de a termos conhecido na cama. O casal que está agora sentado nas escadas do Hot trouxe-ma à memória.

As mulheres do Hot são as melhores.

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