Não sou, é com uma certa mágoa que o reconheço, grande fã de António Lobo Antunes. Mas por vezes acontecem coisas destas: "Esquecer uma mulher inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas." É verdade, é uma bela, luminosa e iniludível verdade: a inteligência não será, talvez, insubstituível - mas só muito, muito dificilmente se pode substituir por outra coisa qualquer.
(Por alguma razão será tão difícil esquecermo-nos das mulheres inteligentes que conhecemos como lembrarmo-nos das estúpidas, não é?)
(Por alguma razão será tão difícil esquecermo-nos das mulheres inteligentes que conhecemos como lembrarmo-nos das estúpidas, não é?)
Já tinha ouvido esta frase, dita de forma um pouco diferente, creio que num artigo sobre ele, num jornal ou revista, não me recordo bem.
ResponderEliminarNão tinha ideia da referência a mulheres "estúpidas", mas achei interessante a ideia de que são precisas muitas mulheres para se esquecer uma mulher inteligente :-)
Acontecerá o mesmo com os homens, i wonder? ;-)
Não sei, Fugidia, não sei. A minha experiência nessa área é extremamente reduzida, inexistente. Mas suponho que sim - teria que ser uma mulher a responder...
ResponderEliminarA frase é brilhante. Perversamente brilhante, como o seu autor. E acho que se aplica a homens também, sim... :)
ResponderEliminarO cerne da questão, Fugidia, é o verbo "custar", não "ser preciso", parece-me. É brilhante, Ana, sem dúvida - mas não me parece muito perverso. Só um bocadinho.
ResponderEliminarMas não sou fã do senhor, repito - aliás, do escritor. A ele (ou à sua persona pública) acho uma certa piada.
A verdade é que me suscitou uma série de memórias, e isso é que conta.
Tantas memórias quantas as mulheres estúpidas que lhe custou uma inteligente, Luís? :)
ResponderEliminarA estupidez não gosta de mim, Ana, é um dos dramas da minha vida (verdade seja reconhecida, eu retribuo, mas não com - parece-me - a mesma virulência).
ResponderEliminarTenho muito menos mulheres estúpidas a esquecer do que inteligentes a recordar, graças a Deus - o que não me impede de sentir, e partilhar totalmente o que o autor quis dizer...
Um drama da sua vida, não ter mulheres estúpidas a gostar de si? Curioso, nunca ouvi nenhum homem queixar-se disso! Sei que as burras dão menos trabalho, mas mesmo assim...
ResponderEliminarA estupidez é assexuada, Ana, feliz, ou infelizmente, não sei. Quando dizia que a estupidez não me grama referia-me à estupidez dos dois lados.
ResponderEliminarQuanto à das senhoras, devo confessar-lhe que não lamento muito. Nunca consegui foi pagar o elevado preço que o Lobo Antunes menciona...
O impacto da inteligência numa relação próxima não é sempre o mesmo. Há pessoas inteligentes que não deixam marca, porque lhes falta brilho. Mas as pessoas que o têm conseguem ser tão envolventes e carismáticas, que podem até ser pouco «virtuosas» noutras áreas, porque nunca se esquecem. Ou melhor, nunca se esquece a inteligência delas, nem o muito que nos entusiasmou. Quanto a superar a eventual dor da perda, talvez só custe uma dose de «estupidez», desde que acompanhada de algum «virtuosismo». Não há como um prazer diferente para compensar a perda de um prazer anterior. ;-)
ResponderEliminarP.S.: Fala, naturalmente, uma mulher pouco amiga de «números incalculáveis».