28.9.08

ALA, que se faz tarde

Não sou, é com uma certa mágoa que o reconheço, grande fã de António Lobo Antunes. Mas por vezes acontecem coisas destas: "Esquecer uma mulher inteligente custa um número incalculável de mulheres estúpidas." É verdade, é uma bela, luminosa e iniludível verdade: a inteligência não será, talvez, insubstituível - mas só muito, muito dificilmente se pode substituir por outra coisa qualquer.

(Por alguma razão será tão difícil esquecermo-nos das mulheres inteligentes que conhecemos como lembrarmo-nos das estúpidas, não é?)

9 comentários:

  1. Já tinha ouvido esta frase, dita de forma um pouco diferente, creio que num artigo sobre ele, num jornal ou revista, não me recordo bem.
    Não tinha ideia da referência a mulheres "estúpidas", mas achei interessante a ideia de que são precisas muitas mulheres para se esquecer uma mulher inteligente :-)
    Acontecerá o mesmo com os homens, i wonder? ;-)

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  2. Não sei, Fugidia, não sei. A minha experiência nessa área é extremamente reduzida, inexistente. Mas suponho que sim - teria que ser uma mulher a responder...

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  3. A frase é brilhante. Perversamente brilhante, como o seu autor. E acho que se aplica a homens também, sim... :)

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  4. O cerne da questão, Fugidia, é o verbo "custar", não "ser preciso", parece-me. É brilhante, Ana, sem dúvida - mas não me parece muito perverso. Só um bocadinho.

    Mas não sou fã do senhor, repito - aliás, do escritor. A ele (ou à sua persona pública) acho uma certa piada.

    A verdade é que me suscitou uma série de memórias, e isso é que conta.

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  5. Tantas memórias quantas as mulheres estúpidas que lhe custou uma inteligente, Luís? :)

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  6. A estupidez não gosta de mim, Ana, é um dos dramas da minha vida (verdade seja reconhecida, eu retribuo, mas não com - parece-me - a mesma virulência).

    Tenho muito menos mulheres estúpidas a esquecer do que inteligentes a recordar, graças a Deus - o que não me impede de sentir, e partilhar totalmente o que o autor quis dizer...

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  7. Um drama da sua vida, não ter mulheres estúpidas a gostar de si? Curioso, nunca ouvi nenhum homem queixar-se disso! Sei que as burras dão menos trabalho, mas mesmo assim...

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  8. A estupidez é assexuada, Ana, feliz, ou infelizmente, não sei. Quando dizia que a estupidez não me grama referia-me à estupidez dos dois lados.

    Quanto à das senhoras, devo confessar-lhe que não lamento muito. Nunca consegui foi pagar o elevado preço que o Lobo Antunes menciona...

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  9. O impacto da inteligência numa relação próxima não é sempre o mesmo. Há pessoas inteligentes que não deixam marca, porque lhes falta brilho. Mas as pessoas que o têm conseguem ser tão envolventes e carismáticas, que podem até ser pouco «virtuosas» noutras áreas, porque nunca se esquecem. Ou melhor, nunca se esquece a inteligência delas, nem o muito que nos entusiasmou. Quanto a superar a eventual dor da perda, talvez só custe uma dose de «estupidez», desde que acompanhada de algum «virtuosismo». Não há como um prazer diferente para compensar a perda de um prazer anterior. ;-)
    P.S.: Fala, naturalmente, uma mulher pouco amiga de «números incalculáveis».

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.