30.10.08

Eu quero! - Not 4 Sail!

«Quero que Lisboa seja um cidade portuária e, pelo que tenho interpretado, a maioria nesta Câmara quer que Lisboa continue a ser uma cidade portuária. Eu não quero um porto só com uma marina de iates ou com um terminal de contentores mas um porto que fortaleça a base económica da cidade», afirma, peremptório, António Costa (Via Porta do Vento).

Infelizmente para ele o Dr. António Costa está no lugar em que está para executar a vontade das pessoas, e não para lhes impôr a sua. A APL, a Câmara Municipal de Lisboa e o Governo (os tradicionais inimigos da frente ribeirinha de Lisboa, como diz Miguel Sousa Tavares) tentaram uma manobra sorrateira, a qual não funcionou.

Agora, optam pela força; cabe-nos a nós todos, Lisboetas e Portugueses, impedi-los de obter com o método dos Hunos o que não conseguiram fazer à socapa.

Antes de dizer que não quer um porto só com uma marina seria bom, ou pelo menos democrático (que isto da democracia às vezes é aborrecido), explicar-nos o que entende por um porto "só" com uma marina de iates, ou "só" com um terminal de contentores. Actualmente, o Porto de Lisboa é constituído pelos seguintes terminais:

Carga
- Contentores de Alcântara
- Multipurpose de Lisboa
- Contentores de Santa Apolónia
- Multiusos do Beato
- Granéis alimentares do Beato
- Multiusos do Poço Bispo
- Alhandra (Iberol)
- Alhandra (Cimpor)
- Granéis alimentares da Trafaria
- Granéis alimentares de Palença
- Seixal (actualmente desactivado)
- Barreiro
- Líquidos da Banática
- Líquidos do Porto Brandão
- Líquidos do Porto dos Buchos
- Marítimo de Porto Brandão
- Granéis líquidos do Barreiro
- Cais avançado de Alcântara

Cruzeiros
- Rocha Conde de Óbidos
- Alcântara
- Santa Apolónia

Docas de recreio
- Alcântara
- Belém
- Bom Sucesso
- Santo Amaro

Se a Doca do Espanhol for dedicada à Náutica de Recreio (que é a ocupação ideal para aquele espaço) e o Cais da Rocha do Conde de Óbidos e Alcântara continuarem a ser aquilo que são e sempre foram (excelentes terminais de Cruzeiros) o Porto de Lisboa fica transformado "numa marina de iates"? Sinceramente, não me parece (já agora: um pólo de náutica de recreio não se reduz a "uma marina de iates").

Diz ainda o Dr. António Costa (entre parênteses, já era tempo de ouvirmos o que ele tem para dizer a este respeito; muito obrigado):

"António Costa sublinhou que a demolição de edifícios da Administração do Porto de Lisboa em Alcântara, bem como o aumento da capacidade de escoamento do terminal de contentores prevista do projecto vão impedir a criação de uma «muralha de aço» entre a cidade e o rio Tejo."

Olhem para esta fotografia e digam-me se os contentores "impedem a criação de uma muralha de aço":


Sinceramente: parece-me que não impedem, antes bem pelo contrário.

A CML e o Governo insistem muito nas inegáveis vantagens que vai trazer a ligação da linha de Cascais à linha da Cintura. Mas para fazer isso é preciso triplicar a capacidade do terminal de contentores? Não, não é.

Há muita, mas mesmo muita falácia na argumentação da APL, da CML e do Governo. Assinem e divulguem a petição: é a única forma de fazermos frente à muralha de aço. Isto não é um assunto de especialistas: toca-nos a todos, sem excepção. O dinheiro que ali vai ser dilapidado é de todos nós, não é do Dr. António Costa nem da APL.

Lisboa não está à venda!

1 comentário:

  1. Anónimo20:31

    Nao entendo! Contentores em Lisboa, Porto (Brasil, França, Inglaterra, etc...) é algum plano para exterminação humana?? Para reduçao de população da terra?

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.