16.10.08

Serviço Público - Revistas

Tal como a maioria das revistas generalistas de fim-de-semana a revista Sábado é pouco interessante; exceptuando uma crónica de José Pacheco Pereira (hoje sobre o Magalhães e, parece-me, normalmente boa); uma de Alberto Gonçalves (hoje excelente, ou seja, normal para Alberto Gonçalves); e uma crítica de restaurante (Pescaria, o que me irritou um bocadinho: cada vez me chateia mais ver sítios de que gosto em revistas ou blogues de grande circulação. O último foi uma loja de queijos em Paris, na Intelligent Life; além de que acho estúpido uma crítica de restaurante de peixe que diz que no peixe o que aborrece são "as espinhas"), a revista não vale o dinheiro que custa, normalmente - tal como a esmagadora maioria das suas congéneres, repito.

Hoje é uma excepção, uma feliz e incontornável excepção: por mais um euro (elevando assim o preço total a 3,80 euros) traz um livro chamado "Uma Conspiração de Estúpidos" ("A Confederacy of Dunces", no original - mas, mais uma excepção, a tradução parece-me boa).

"Uma Conspiração de Estúpidos" é, meço as palavras, um dos melhores romances - e muito provavelmente o melhor romance cómico - que já li (incluindo nos romances cómicos as Aventuras do Guilherme da minha infância; é ver até onde vai o âmbito da comparação). E o grande, o magnífico, o insuperável Ignatius Reilly uma das grandes personagens da história da literatura.

Hoje vale a pena comprar a Sábado, ler JPP e Alberto Gonçalves, não ler a crítica do Pescaria, que é um magnífico restaurante para se comer peixe (no Don Vivo pode dizer-se este género de coisas, porque só é lido por amigas, e amigos) e ficar com o livro. É sublime.

No dia em que descobri Hrabal (em breve num post perto de si)... um dia feliz, do ponto de vista da leitura.

3 comentários:

  1. Anónimo22:01

    Luis Serpa tb assino, Luis Carlos Rosa Serpa , Açoreano em Amarante prazer em descobri-lo caro homónimo

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  2. A Sábado também por aqui vai aparecendo às Quintas, Luís. E também é a crónica de Alberto Gonçalves que nunca perco. Já o livro perdeu-se. Mas, depois das referências que nos dá, já o encomendei na Amazon.
    P.S.: Achei imensa graça à sua referência às Aventuras do Guilherme. Também as li em miúda e delirei, mas não oiço falar delas a ninguém.

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  3. Luísa, há um pequeno grupo - pequeno, mas grupo - de pessoas na net(que conheço via blogs, apenas) que não só conhece o Guilherme como partilha a minha veneração por ele.

    Para mim é, ainda - creio que o será sempre - o paradigma.

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.