Lisboa não é, dolorosamente o reconheço, uma cidade fácil para se andar de bicicleta. Alguns dos problemas não têm remédio - por exemplo, os buracos nas ruas. É fisicamente impossível, todos nós sabemos, ter ruas lisas, sem buracos, etc. (excepto, claro, noutros planetas. Refiro-me apenas ao nosso).
Mas há outras dificuldades que são facilmente ultrapassáveis, como o das subidas. Deixo aqui uma sugestão para espíritos mais empreendedores e outra para a Carris:
a) Colocar pegas no exterior dos autocarros e eléctricos, de modo a permitir aos ciclistas que se lhes agarrem nas subidas (isto não é propriamente uma invenção minha: quando cheguei a Lisboa em 1974 havia muito mais bicicletas nas ruas do que hoje; e era frequente ver ciclistas agarrados aos eléctricos e autocarros); a minha sugestão inspira-se nesta prática antiga e comprovada. Além disso, a Carris poderia criar passes "Ciclista" e proibir de vez as bicicletas dentro dos autocarros.
b) Criar um serviço de motocicletas na base das principais colinas, destinado a rebocar os ciclistas que desejem subir de uma forma expedita (e pagante, claro). Com uma 125cc deve ser possível rebocar 4 bicicletas. Falta apenas pensar na melhor forma de o fazer, mas essa é a parte mais fácil.
Com estas duas inovadoras sugestões (e exportáveis), espero contribuir para tornar Lisboa uma cidade atractiva para as deslocações em bicicleta. Quem quiser ruas com menos buracos, vias cicláveis, automobilistas atentos*, tem que mudar de planeta.
* - A propósito de automóveis, há que ter presente que muitas vezes o problema é mais de falta de hábito do que outra coisa qualquer. Anteontem passeava por Campo de Ourique e ouvi um carro atrás de mim; como de costume, desviei-me bem para a direita e fiz-lhe sinal para passar; nada. Outro sinal; nada. Como a rua até nem era muito estreita, pensei que se tratava de um Hummer particularmente silencioso e que a senhora que o conduzia não estava muito à vontade (isto pode ser lido como uma diacronia narrativa ou como exibição de grande experiência. Não como machismo primário). Finalmente, a senhora lá passou. Era um Smart.
Mas há outras dificuldades que são facilmente ultrapassáveis, como o das subidas. Deixo aqui uma sugestão para espíritos mais empreendedores e outra para a Carris:
a) Colocar pegas no exterior dos autocarros e eléctricos, de modo a permitir aos ciclistas que se lhes agarrem nas subidas (isto não é propriamente uma invenção minha: quando cheguei a Lisboa em 1974 havia muito mais bicicletas nas ruas do que hoje; e era frequente ver ciclistas agarrados aos eléctricos e autocarros); a minha sugestão inspira-se nesta prática antiga e comprovada. Além disso, a Carris poderia criar passes "Ciclista" e proibir de vez as bicicletas dentro dos autocarros.
b) Criar um serviço de motocicletas na base das principais colinas, destinado a rebocar os ciclistas que desejem subir de uma forma expedita (e pagante, claro). Com uma 125cc deve ser possível rebocar 4 bicicletas. Falta apenas pensar na melhor forma de o fazer, mas essa é a parte mais fácil.
Com estas duas inovadoras sugestões (e exportáveis), espero contribuir para tornar Lisboa uma cidade atractiva para as deslocações em bicicleta. Quem quiser ruas com menos buracos, vias cicláveis, automobilistas atentos*, tem que mudar de planeta.
* - A propósito de automóveis, há que ter presente que muitas vezes o problema é mais de falta de hábito do que outra coisa qualquer. Anteontem passeava por Campo de Ourique e ouvi um carro atrás de mim; como de costume, desviei-me bem para a direita e fiz-lhe sinal para passar; nada. Outro sinal; nada. Como a rua até nem era muito estreita, pensei que se tratava de um Hummer particularmente silencioso e que a senhora que o conduzia não estava muito à vontade (isto pode ser lido como uma diacronia narrativa ou como exibição de grande experiência. Não como machismo primário). Finalmente, a senhora lá passou. Era um Smart.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.