«Rir torna-nos invencíveis. Não como quem vence sempre, mas como quem não desiste. »
Frida Kahlo.
13.12.08
Vozes e deuses
Hoje ouvi um senhor chamado José Campos e Sousa tocar e cantar. É magnífico. Toca e canta como um deus cansado; estes são os únicos que me interessam. Os outros, dinâmicos e cheios de ambições cansam-me.
Cantar como um «deus cansado» quererá dizer que arrasta uma voz grave, rouca, pouco cristalina, pela música? É o tipo de vozes de que gosto, Luís, tanto em homens como em mulheres. E na modalidade fado, considero mesmo um «must». Não sou apreciadora de agudos e gritarias.
Nem de "agudos e gritarias" nem, Luísa, dos seus equivalentes na guitarra: rodriguinhos bonitinhos empasteladinhos e entaramelados.
Partilho o seu gosto (só não o precedo de um "bom" porque não gosto de ser juiz em causa própria); a sua interpretação está - como habitualmente - correcta.
A julgar pelas músicas que o senhor cantou o disco (que não é fado, é canção) é muito muito bom.
Era uma coisa que não percebia: como é que essas coisas que para aí pululam a quem chamam "cantores" (não vou citar nomes porque depois acusam-me de ser coisas que sou, realmente - e não me refiro aos Tony Carreiras nem aos Quins Barreiros) não pegam em Fernando Pessoa, em Eugénio de Andrade, Herberto Hélder, Pedro Támen, Nuno Júdice, Ruy Belo, António Ramos Rosa, Sá-Carneiro, João Miguel Fernandes Jorge, Gastão Cruz, Ana Hatherly? Temos uma poesia riquíssima, um manancial inesgotável de letras e textos, e eles cantam a paz, o pão e a injustiça dos dias de chuva.
Um "deus cansado" é uma excelente classificação para o que ouvimos ontem, Luís. O Zé tem uma voz muito bonita, vibrante e profunda, mas sóbria. E, além disso, um bom gosto inato. Mas tudo isto é muito pouco comercial, a verdade é essa...
Cantar como um «deus cansado» quererá dizer que arrasta uma voz grave, rouca, pouco cristalina, pela música? É o tipo de vozes de que gosto, Luís, tanto em homens como em mulheres. E na modalidade fado, considero mesmo um «must». Não sou apreciadora de agudos e gritarias.
ResponderEliminarNem de "agudos e gritarias" nem, Luísa, dos seus equivalentes na guitarra: rodriguinhos bonitinhos empasteladinhos e entaramelados.
ResponderEliminarPartilho o seu gosto (só não o precedo de um "bom" porque não gosto de ser juiz em causa própria); a sua interpretação está - como habitualmente - correcta.
A julgar pelas músicas que o senhor cantou o disco (que não é fado, é canção) é muito muito bom.
Era uma coisa que não percebia: como é que essas coisas que para aí pululam a quem chamam "cantores" (não vou citar nomes porque depois acusam-me de ser coisas que sou, realmente - e não me refiro aos Tony Carreiras nem aos Quins Barreiros) não pegam em Fernando Pessoa, em Eugénio de Andrade, Herberto Hélder, Pedro Támen, Nuno Júdice, Ruy Belo, António Ramos Rosa, Sá-Carneiro, João Miguel Fernandes Jorge, Gastão Cruz, Ana Hatherly? Temos uma poesia riquíssima, um manancial inesgotável de letras e textos, e eles cantam a paz, o pão e a injustiça dos dias de chuva.
Um "deus cansado" é uma excelente classificação para o que ouvimos ontem, Luís. O Zé tem uma voz muito bonita, vibrante e profunda, mas sóbria. E, além disso, um bom gosto inato. Mas tudo isto é muito pouco comercial, a verdade é essa...
ResponderEliminarGrande definição do Zé.
ResponderEliminarAfinal coincidimos tantos bloguistas na Sala D. Antão Vaz de Almada.
Com cadeiras partidas e tudo...
Agora é bem mais fácil aceder ao seu blogue. Ainda bem. Porque cheguei a ir fumar um cigarro até que o blogue fosse carregado.
Apostilha: Estou a ouvir neste momento o disco.
José Carlos
Temos que agradecer à Luísa, caro José Carlos, que me ensinou a corrigir esse problema.
ResponderEliminarObrigado pelas suas visitas e pela sua paciência...