I
Era bom, de uma bondade infinita, interminável, invasiva como o sol no deserto. A bondade escorria-lhe pela pele como gordura por um bocado de toucinho.
II
A tristeza lia-se-lhe na cara, no sobretudo, nas mãos escondidas no fundo dos bolsos. Arrastava-a com ele como as empregadas filipinas nos aeroportos, quando voltam para casa: puxam umas malas maiores que elas, com rodas que gemem debaixo daquele peso todo e se encravam mesmo antes das escadas rolantes. Ele tinha-se, visivelmente, encravado antes da vida, e não havia ninguém à vista para o ajudar a subi-la.
III
Parecia um escuteiro perverso: sofria com as boas acções que fazia.
Ugh!, ai Luís, se a bondade é como gordura, quanto menos melhor, safa!
ResponderEliminar:-)
ninguem sofre com as boas acções que faz, se as faz sem intuito de retribuição. Se as boas acções se fazem com pensamento de retribuição é um acto de egoísmo.
ResponderEliminarHum... este post aumentou... a gordura é assim, terrível na sua expansão :-(
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