Aprendem-se coisas bastantes úteis nas mais estranhas circunstâncias. Devido a um recente e doloroso desgosto amoroso aprendi que "jeremiada" não leva acento. Mais uma razão para parar com elas (as jeremiadas): ando há anos a pronunciar-me contra uma coisa que não existe. Sempre escrevi, e pronunciei, como sendo uma palavra esdrúxula.
(Enfim, é, mas só no sentido figurado de coisa estúpida e sem sentido, sem objecto e sem razão.)
(risos abafados)
ResponderEliminarOra bem, os desgostos de amor são, como se constata, de muita utilidade :-D
Não lhe escondo, minha querida Fugidia (isto parece um oxímoro, não é? Ou será antes um resumo do meu passado recente?) que preferiria de longe métodos menos dolorosos de aprendizagem da ortografia.
ResponderEliminarE incluo neste "menos dolorosos" as violentas reguadas e varadas (com uma varinha de bambu, curta, chamada "varinha de condão") com que o meu professor de Português, um senhor chamado Padre Tiago, me inculcou o gozo da língua (bolas, não posso escrever isto) - o prazer de escrever e falar correctamente a nossa língua.
Caramba, Luís, então a "coisa" foi forte!
ResponderEliminarMas ainda bem que, com ou sem oxímoros, com mais ou menos esdrúxulas a vaguear por aqui, o caro Luís não se deixa levar por jeremiadas!
(expressão séria, com risos bem contidos - nada fugidios, por consequência)
:-)
não estou a entender. O que é que um sermão tem a ver com um oxímoro? A não ser que aches que um sermão também une conceitos opostos para um só fim. A mim não me parece. Um sermão é sempre repreeensão e o oxímoro dá ao outro a liberdade de entender um outro fim, sem a dualidade de significado que a metáfora permite.
ResponderEliminarCreio que a palavra vem do profeta Jeremias e das suas célebres lamentações, magnificamente musicadas por Cavalieri. Já agora, recomendo que as oiçam pela mão (e vozes) do Vicent Dumestre e do seu Poème Harmonique. Inesquecíveis.
ResponderEliminar(E eu também pensava que a palavra tinha acento, Luís. De onde se prova que não é preciso um desgosto amoroso para aprender coisas úteis...) :-)
Sermão?!
ResponderEliminarCara Ana, creio que os dois conceitos que parecem opostos (por isso um oxímoro) são esconder algo de uma fugidia.
Querida Ana Vidal,
ResponderEliminarsem dúvida, com ou sem desgostos, aprende-se sempre
:-D
Caro Luís Serpa,
ResponderEliminarfujo a correr, e escondo-me no meu recantinho, antes que se zangue por andar aqui a interpelar as suas comentadoras (risos)
:-)
Minha querida Fugidia, oxímoro que adivinho sorridente, é mais do que bem vinda. Muito mais.
ResponderEliminarAna V., desculpe, mas prova sim que é preciso um desgosto profundo de amor: foi devido a ele (se bem seja meu e não, felizmente, seu) que ficou a saber, como eu, que jeremiada dispensa acento. E rima, portanto, com - por exemplo - nada, levada, e outras palavras acabadas em "ada". :-)
ResponderEliminarA Ana Vidal tem razão vem do profeta Jeremias, cuja escrita não quase não utiliza oxímoros. Mas posso estar enganada: O Antigo testamento não é fácil de ler.
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