Eugénio de Andrade tem um poema lindíssimo que acaba com corvos a voar. No poema a expressão tem um sentido ambíguo, é uma metáfora para o desejo. Eu hoje fui atacado por um bando de corvos esfomeados, sedentos de sangue - mas têm uma grande vantagem sobre os de Eugénio de Andrade: não são ambíguos. E uma desvantagem: são muito mais feios.
e o poema qual é?
ResponderEliminarLuís desculpe-me a desconfiança (é mais curiosidade que outra coisa) mas, atacado por um bando de corvos? Isso onde? É que os corvos (acreditava eu) são animais pouco dados a bandos e até com uma organização familiar curiosa já que "casam" para toda a vida (calcula o complicado que isso é num bando, pensava eu, lá está), não serão gralhas?
ResponderEliminarArrepiante, de qualquer maneira.
E o Raven do Poe, já agora.
Cara Rosa,
ResponderEliminarVamos por partes, pode ser?
- em primeiro lugar: obrigado pelo seu comentário. É bom, quando os e as leitoras se manifestam;
- em segundo: a relação do DV com as ciências naturais - e em particular com pássaros e árvores (ou melhor, com aquela parte do mundo natural que não está na ou perto da água) é ténue, muito ténue;
- em terceiro: o poema de Éugénio de Andrade fala especificamente de corvos - se bem, admito, não de bandos, e muito menos de ataques (enfim, quase. fala, se bem de lembro, de "inumeráveis", ou "muitos" - teria que encontrar o livro para ter a certeza);
- em quarto: prefiro (pelo menos neste contexto) corvos inexactos a gralhas exactas - vão melhor com o post e com o que senti;
- em quinto: como provavelmente sabe, gosto imenso do poema do Poe, que aliás já pus aqui no DV, coitado,
- em sexto: obrigado pela lição de biologia.
Posto isto: eram corvos, prometo-lhe.
Ou "inúmeros"?
ResponderEliminarOra, não era uma lição, era surpresa e alguma ignorância da minha parte. Tenho um fascínio por Corvos essa é que é, e não os julgava capazes de tão vil ataque.
ResponderEliminarE onde Luís, onde? Os Corvos esfomeados.
E não menospreze a relação do DV com as árvores, porque as fotografias não enganam, as árvores de Lisboa são por aqui muito bem (re)tratadas.
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