Hoje fui ouvir uma interessantíssima conferência do dr. Paulo Teixeira Pinto sobre "Uma estratégia para Portugal". Paulo Teixeira Pinto é um orador notável, uma pessoa culta, inteligente, densa: noutros tempos - e esperemos que este "outros" se refira também aos que aí vêm - seria um representante da elite nacional. Hoje não é: é uma excepção, o que é pena.
Nas perguntas houve a habitual ladaínha do "isto está mal, Doutor, teremos remédio"? É um ponto de vista que não partilho: Portugal não só não está mal como até está muito bem - ou pelo menos o melhor que lhe é possível. As elites (e aqui refiro-me às "elites") vivem bem, melhor do que o que viveriam com as suas capacidades e conhecimentos noutro país qualquer; quem não está satisfeito com o que lhe caiu em sorte emigra, e nem sequer precisa de o fazer "a salto"; os que ficam, ficam porque se sentem bem e não precisam de mais - se precisassem não aceitavam tudo o que aceitam. Não vejo como é que um país assim pode pensar que está mal.
Nas perguntas houve a habitual ladaínha do "isto está mal, Doutor, teremos remédio"? É um ponto de vista que não partilho: Portugal não só não está mal como até está muito bem - ou pelo menos o melhor que lhe é possível. As elites (e aqui refiro-me às "elites") vivem bem, melhor do que o que viveriam com as suas capacidades e conhecimentos noutro país qualquer; quem não está satisfeito com o que lhe caiu em sorte emigra, e nem sequer precisa de o fazer "a salto"; os que ficam, ficam porque se sentem bem e não precisam de mais - se precisassem não aceitavam tudo o que aceitam. Não vejo como é que um país assim pode pensar que está mal.
Luís, gostava de saber o que o faz considerar a personagem – que só conheço das notícias, de algumas entrevistas que deu e de um ou outro escrito poético da sua autoria – como parte da elite e não das «elites». Tem, sem dúvida, um percurso curiosíssimo, e dá sinais de uma personalidade fascinante para quem gosta de analisar personalidades. A mim, parece-me um sujeito vagamente «maquiavélico», racionalíssimo, em tentativa de regeneração da imagem de banqueiro «ineficaz» pela arte (que pratica com duvidosa originalidade) e pela «intelectualidade». Fala (ou falou quando eu o ouvi) com o tom pausado, pensado, «denso» (concordo) e moralista de um padre sofisticado no seu púlpito. Até ao momento, não conseguiu convencer-me. Ou seja, não estou nada certa da sua pureza ou boa-fé.
ResponderEliminarVamos por partes, e na desordem, Luísa, se aceitar:
ResponderEliminara) o lado artístico é - pelo que conheço e admito ser pouco - o lado mais fraco do senhor; mas não me parece que seja uma tentativa de "regeneração";
b) Tem mais cultura - e falo de cultura real: lida, pensada, mastigada - do que 99,99% das pessoas do mesmo segmento que conheço;
c) É extremamente racional - sem dúvida; ainda bem. Mas não é só isso. É extremamente inteligente - o que é sempre agradável.
d) E não, não é só cultura, intelig~encia e maquievalismo. É muito, muito mais do que isso.
Estou à vontade para lho dizer, porque sou pouco dado a ataques de "fã".
Se o Luís o avaliza, aceito. Mas é uma surpresa.
ResponderEliminarNota : Já estive para o «convidar» na Porta do Vento, e dar uma ligeira sova, claro. Não o fiz porque correm alguns boatos sobre questões de saúde que me intimidaram. Agora, não o faço por isso que me diz. Se calhar, ataco o Rendeiro. ;-D