É o título de uma fotografia que não fiz (verdade seja dita que se a tivesse feito, intitular-se-ia "Cascais, Dezembro de 2009"). Cenário: praia da Duquesa, fim de um dia de mau tempo. O pior da frente já passou; o céu já tem muito azul - que a esta hora se transforma rapidamente em rosa escuro, acinzentado. A maré está decerto a baixar, e deixa na praia uma faixa brilhante, irregular, na qual se repousam as gaivotas e reflectem os inúmeros tons de luz, desde o cinzento escuro do edifício do hotel até ao branco que é a mistura de tudo o mais. As linhas que delimitam esta faixa húmida, brilhante, de formas irregulares ora se afastam uma da outra, ora se aproximam, simetricamente, como duas linhas de um gráfico de valores inversamente proporcionais.
Um dos "vales" da linha superior - a que está mais longe do mar - é por vezes beijado pela vaga, que fez um "pico" para o encontrar, lhe tocar; o beijo é o momento em que os três se encontram: a espuma das vagas; a linha que separa a faixa de humidade na areia da areia seca; e o meu olhar, que se pergunta de onde vem tanta beleza, e para onde vai.
Um dos "vales" da linha superior - a que está mais longe do mar - é por vezes beijado pela vaga, que fez um "pico" para o encontrar, lhe tocar; o beijo é o momento em que os três se encontram: a espuma das vagas; a linha que separa a faixa de humidade na areia da areia seca; e o meu olhar, que se pergunta de onde vem tanta beleza, e para onde vai.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.