Há dias Pedro Correia escreveu um salutar post no Delito de Opinião sobre o poder dos jornalistas, que me fez pensar porque se demitiram os jornalistas desse simples dever a que o Pedro chama "fazer perguntas" e eu, mais desajeitadamente , "informar" (mais aqui e aqui).
Parece-me que há duas forças antagónicas, ou que se exercem alternadamente: a partilha do quarto do poder pelo quarto poder; e a "luta" - pela "verdade", contra a injustiça, pelo bem contra o mal. Duas coisas que dispensam os jornalistas dessa actividade comezinha e simples que é "fazer perguntas".
Parece-me que há duas forças antagónicas, ou que se exercem alternadamente: a partilha do quarto do poder pelo quarto poder; e a "luta" - pela "verdade", contra a injustiça, pelo bem contra o mal. Duas coisas que dispensam os jornalistas dessa actividade comezinha e simples que é "fazer perguntas".
Concordo inteiramente, Luís. É porque há uma disputa pelo «quarto do poder» desse «quarto poder», que os jornalistas que vemos nas televisões fazem as perguntas por fazer, sem preocupações de oportunidade e inteligência, e nem sequer parecem ouvir as respostas. A informação compõe-se, depois, sobre leituras abusivas do que se disse e não disse, em função da estratégia delineada para a conquista do dito «quarto do poder», conquista que se consuma com a manipulação da opinião pública e, por essa via, dos outros poderes. É sobretudo nos jornalistas (ou num certo tipo de jornalismo) que se nota como o poder excita, embriaga e corrompe.
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