Os crisântemos estão a perder um pouco de frescura. Mesmo assim aguentaram-se bastante bem - e vão aguentar-se ainda mais, não os vou deitar fora. Já as bocas-de-leão estão sublimes. São bonitas e generosas: continuam a abrir-se, e o branco a crescer por ali acima. A mistura de crisântemos e bocas-de-leoa (gosto mais de leoas) tem tudo para dar errado, mas está a dar certo (onde é que eu já ouvi isto?) Vou pôr-lhes um bocadinho mais de água e pedir-lhes mais um par de dias. Sim, eu sei. Contento-me com pouco; mas entristeço-me com pouco também. Felizmente, contento-me e entristeço-me pouco. Não gosto de montanhas russas. Prefiro aquelas planícies onde íamos correr, apanhar flores, rir e fazer amor. Lembras-te? Não, claro. Ninguém se lembra do que não fez; excepto eu, quando olho para misturas improváveis. E penso em Dylan:
"Too proud to die, broken and blind he died
The darkest way, and did not turn away.
A cold, kind man brave in his burning pride
On the darkest day. Oh, forever may
He live lightly, at last, onthe last, crossed
Hill, and there grow young, under the rass, in love,
Among the long flocks, and never lie lost
..."
Está lá tudo. Por isso me lembro de tudo, mesmo do que não foi, e nunca será.
"Too proud to die, broken and blind he died
The darkest way, and did not turn away.
A cold, kind man brave in his burning pride
On the darkest day. Oh, forever may
He live lightly, at last, onthe last, crossed
Hill, and there grow young, under the rass, in love,
Among the long flocks, and never lie lost
..."
Está lá tudo. Por isso me lembro de tudo, mesmo do que não foi, e nunca será.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.