3.4.10

Cidade, calma

Manhã de um sábado de férias; a cidade está calma, silenciosa. É uma calma estranha, sensual, apaziguada. Não sei porquê sinto-me como se estivesse contigo no sofá de uma sala, no fim de um dia de trabalho. Tu lês e acaricias-me lentamente; eu bebo um whisky e deixo-me acariciar. Deve ser daí que me vem esta sensação: da ideia de estar a ser acariciado pela calma da cidade, na manhã de um sábado de férias. Deixo-me envolver pelas ruas, pelos prédios que tão bem conheço, pelo silêncio como por ti, pelas tuas festas doces, suaves, lentas. Não quer dizer que não goste da cidade nos dias buliçosos da semana: gosto, claro. Mas que seria de um amor se não houvesse calma? Que seria de mim sem as tuas mãos leves, ausentes?

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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.