As pessoas que reclamam contra o Natal têm toda a razão: a família, a confusão, os presentes, a hipocrisia, o sempiterno jantar, as mesmas piadas, as mesmas histórias, o primo que não muda e a prima cada vez mais gorda, a cunhada que perdeu peso, como raio de carga de água é que ela consegue, e o raio do puto da ... que não se cala, e quando é que é decente ir-me embora? Bolas, o miúdo foi para o quarto com os outros vai ser impossível arrancá-lo daqui e quando é que o patego do ... aprenderá a falar mais baixo, olha-me só para este presente, se isto é coisa que se dê parvo fui eu que gastei uma pipa de massa no livro de fotografias para este gajo; olha esta é porreira, o puto não se calava há meses a pedir-me esta porcaria ainda bem que o tio lha deu, e porra, bebi e comi de mais, esta gaja cozinha bem, não há dúvida e o frio que está lá fora. O´querida, já vamos, deixa-me só acabar aqui esta conversa, que chata que estás, não não bebi nada, claro que não, só comi um bocadinho de mais, vá, espera lá mais dois minutos sim eu sei que o ... está a dormir, já vou, bolas, que chatice é todos os anos a mesma coisa.
As pessoas que têm um Natal contra o qual reclamar não sabem a sorte que têm.
As pessoas que têm um Natal contra o qual reclamar não sabem a sorte que têm.
sem palavras mas com um gesto de ternura e uma andorinha
ResponderEliminarSó damos valor às coisas quando as perdemos...
ResponderEliminarnem mais...
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