Um idiota, ou mais provavelmente um bando deles, desses que têm o escritório ali para os lados de S. Bento decidiu que para renovar uma carta de navegador de recreio é preciso uma cópia do cartão de contribuinte. Uma cópia - o número não chega.
Um banco que me permite, via um "cartão de coordenadas", fazer todos os movimentos bancários que eu quiser, onde quer que esteja precisa, para uma mudança de morada, de um papel assinado por mim.
Os exemplos são inúmeros, sucedem-se numa ininterrupta cadeia - Portugal tem a burocracia no cérebro, no sistema nervoso, nas veias, no núcleo de cada uma das células. Devia criar-se, para Portugal, um Quociente de Burocracia, como complemento ao Quociente de Inteligência.
Escrevi ao banco que não sei quem é pior - se quem faz as leis, se quem as aplica cegamente, indiferente à sua, delas, má qualidade e manifesta desadequação. O QI de um um funcionário devia ser medido em QB. O problema é, naturalmente, definir a escala. Serão, como eles pensam, directa ou, como eu lhes digo, inversamente proporcionais? Eu opto pela última hipótese, claro; mas, não sei porquê, essa opinião não é partilhada pelas pessoas que, como muito bem dizia Miguel Castelo-Branco recentemente, "andam sempre com a lei na ponta da língua, mas são incapazes de se servir dela para o bem comum".
Cada vez mais penso que Portugal não tem emenda: vamos avançando, claro, mas sempre a reboque de acontecimentos externos, de coisas que não dominamos. A clique habitual - políticos, jogadores de futebol e funcionários europeus vive à grande e beneficia de um sistema que foi feito por medida. Os outros estão tramados. As coisas só mudarão na medida em que as "elites" não percam nenhum dos privilégios de que até agora usufruem.
A quem, como eu, não percebe a burocracia e não é por ela compreendido resta emigrar, mudar de nacionalidade, esquecer a língua. Em casa sempre falei português com os meus filhos, quis dar-lhes a nacionalidade portuguesa e ensinei a língua à minha ex-mulher; tentei também que ela obtivesse a nacionalidade. Felizmente, a burocracia portuguesa impossibilitou-o: nem ela nem as crianças (enfim...) são portugueses. Ela beneficiou com o falar português - no Brasil, onde vai regularmente fazer conferências e dar formação.
Eu só espero pelo dia em que a malfadada memória me permita esquecer-me de que já pude mudar de nacionalidade e não o fiz.
Um banco que me permite, via um "cartão de coordenadas", fazer todos os movimentos bancários que eu quiser, onde quer que esteja precisa, para uma mudança de morada, de um papel assinado por mim.
Os exemplos são inúmeros, sucedem-se numa ininterrupta cadeia - Portugal tem a burocracia no cérebro, no sistema nervoso, nas veias, no núcleo de cada uma das células. Devia criar-se, para Portugal, um Quociente de Burocracia, como complemento ao Quociente de Inteligência.
Escrevi ao banco que não sei quem é pior - se quem faz as leis, se quem as aplica cegamente, indiferente à sua, delas, má qualidade e manifesta desadequação. O QI de um um funcionário devia ser medido em QB. O problema é, naturalmente, definir a escala. Serão, como eles pensam, directa ou, como eu lhes digo, inversamente proporcionais? Eu opto pela última hipótese, claro; mas, não sei porquê, essa opinião não é partilhada pelas pessoas que, como muito bem dizia Miguel Castelo-Branco recentemente, "andam sempre com a lei na ponta da língua, mas são incapazes de se servir dela para o bem comum".
Cada vez mais penso que Portugal não tem emenda: vamos avançando, claro, mas sempre a reboque de acontecimentos externos, de coisas que não dominamos. A clique habitual - políticos, jogadores de futebol e funcionários europeus vive à grande e beneficia de um sistema que foi feito por medida. Os outros estão tramados. As coisas só mudarão na medida em que as "elites" não percam nenhum dos privilégios de que até agora usufruem.
A quem, como eu, não percebe a burocracia e não é por ela compreendido resta emigrar, mudar de nacionalidade, esquecer a língua. Em casa sempre falei português com os meus filhos, quis dar-lhes a nacionalidade portuguesa e ensinei a língua à minha ex-mulher; tentei também que ela obtivesse a nacionalidade. Felizmente, a burocracia portuguesa impossibilitou-o: nem ela nem as crianças (enfim...) são portugueses. Ela beneficiou com o falar português - no Brasil, onde vai regularmente fazer conferências e dar formação.
Eu só espero pelo dia em que a malfadada memória me permita esquecer-me de que já pude mudar de nacionalidade e não o fiz.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.