Chego à Anse Mitan e tenho um choque. Não consigo identificar-lhe a origem. A paisagem é linda, mas não é a beleza que me comove desta forma. É - apercebo-me ao fim de um certo tempo - o horizonte. No Marin não havia horizonte. É um cul-de-sac, um golfo relativamente profundo e quando estamos na aldeia o plano de água acaba logo ali à frente. Na Anse Mitan vejo o mar vasto, e o mar tem um horizonte. O dia chega ao fim; sento-me num café de praia a beber um pastis. entre mim e o sol que se põe tenho a areia, uma palmeira em contra-luz, o mar e respectivo horizonte. Há pessoas de quem menos coisas me separam - um oceano, só; e uma península, se quisermos ser precisos.
Vou dormir ao LUCERO de novo; um plano Frers (pai) com 54 anos. O barco é lindo, com umas linhas finas, tensas. Se fosse um cavalo seria um puro-sangue árabe. A beleza não tem idade. É bom reencontrar o Ricardo, alegre e em forma como sempre.
O livro de bordos vai interromper-se por uns dias. Se Deus quiser a próxima etapa é o Brasil, que me espera com uma ansiedade que não lhe conhecia. Eu não estou ansioso; estou tenso porque tenho de fazer escolhas. Assim estejam feitas a tensão desaparecerá. Agora, espera-me uma viagem de avião, um regresso que espero breve a Lisboa. Penso nas ilhas dos Açores, que desaparecem no horizonte e de repente reaparecem como se tivéssemos andado para trás. Não andámos - foi apenas uma mudança das condições atmosféricas que as tornou de novo visíveis. Portugal afasta-se de mim, inexoravelmente. Resta-me a língua, um projecto e uma pessoa; - resta-me tudo, dir-me-ão. É verdade.
Vou dormir ao LUCERO de novo; um plano Frers (pai) com 54 anos. O barco é lindo, com umas linhas finas, tensas. Se fosse um cavalo seria um puro-sangue árabe. A beleza não tem idade. É bom reencontrar o Ricardo, alegre e em forma como sempre.
O livro de bordos vai interromper-se por uns dias. Se Deus quiser a próxima etapa é o Brasil, que me espera com uma ansiedade que não lhe conhecia. Eu não estou ansioso; estou tenso porque tenho de fazer escolhas. Assim estejam feitas a tensão desaparecerá. Agora, espera-me uma viagem de avião, um regresso que espero breve a Lisboa. Penso nas ilhas dos Açores, que desaparecem no horizonte e de repente reaparecem como se tivéssemos andado para trás. Não andámos - foi apenas uma mudança das condições atmosféricas que as tornou de novo visíveis. Portugal afasta-se de mim, inexoravelmente. Resta-me a língua, um projecto e uma pessoa; - resta-me tudo, dir-me-ão. É verdade.
Reata-te a língua....bem o dizes! Conserva-a, porque por aqui alguém a está a levar para terras do Brasil. É a vingança. Não esqueçeram o D.Pedro...É o equivalente a porem barbatanas nos peixes por decreto! Não se faz! Mas fizeram...e depois chamam nomes ao Saramago quando dizia que Portugal se devia unir a Espanha...
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