25.12.11

Amor, verdade

Digo amo-te e pergunto-me o que é a verdade. Não por ter dito amo-te, mas por ter dito. Amo-te é uma construção, uma escalada solitária: não preciso que me ames para amar-te. A verdade é consensual; precisa de outro. Um verdade solitária é uma certeza, uma convicção, uma dúvida até. Mas não é uma verdade. 

Porém, amo-te é uma verdade. Dir-me-ás o amor não tem nada a ver com a verdade: ele gera a sua própria verdade. O amor é um sistema fechado de convicções e dúvidas que se tornam verdades. 

Talvez. Amo-te e é bom amar-te. É uma verdade, não uma dúvida ou uma convicção. Amo-te: é um mundo. Pior: é o mundo, e não há outro.

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