24.2.12

Diário de bordos - 240212

Valeu a pena pôr a t-shirt verde. O casco de bombordo está a seco. Amanhã levantamos o de estibordo. Um trabalho que em qualquer parte normal do mundo não seria sequer digno de menção aqui torna-se uma epopeia.

Um dia é bom quando acaba bem; e acaba bem quando atingimos os objectivos que nos fixámos quando começou; pouco importa o que se passou pelo meio.

"És muito inteligente", diz-me D.; "mas quando discordas de mim pareces burro" (ou quando teimo em discordar, verdade seja dita). Não acho. Confesso aqui publicamente e tudo que não me sinto particularmente inteligente (não é grave, note-se); e até acho que de dois teimosos o que cede primeiro é o mais inteligente.

O problema não está na inteligência; nem sequer na teimosia (sou irrevogavelmente teimoso, mas sou capaz de mudar de opinião); o problema está em que as mundovisões não se mudam do pé para a mão. Não se mudam, de todo. Estou feliz com a minha, dou-me bem com ela, apesar de não ser rico nem ser "um homem de sucesso". Por vezes caio, por causa dessa mundovisão, em armadilhas, em situações chatas ou desagradáveis. Mas "sou o que sou, e é tudo o que sou". Não é muito, mas é o que há, e está à vista. Como sou me dou, passe a auto-citação.

Começou a chover; ameaçava desde ontem. Vamos ver como está o terreno amanhã.

A estadia em Parnaíba está a ensinar-me a valorizar o bom humor a um ponto insuspeitável. Não quero ser feliz: estar de bom humor chega-me e sobra.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.