27.2.12

Varanda sobre o rio

É uma varanda sobre o rio e debaixo de algumas caipirinhas que acertaram, finalmente, na quantidade de açúcar: o mais próximo possível de zero, sem ser zero.

Mal vejo a água: é este rio que terei de atravessar, percorrer daqui até à foz. Foi este rio que subi há quinze meses com um barco ferido, magoado; e vou descer com alguns pensos nele, pouco mais.

Um barco com pensos, um rio falsamente calmo, tranquilo, música cansativamente sempre a mesma, caipirinhas com pouco açúcar, cadeiras de plástico branco num sítio que, se não fosse isto tudo, seria magnífico.

Faltas-me cá tu, mas não faltas cá. Cansar-te-ias depressa destas ruas que oscilam entre a via rápida e o caminho de cabras, desta falta de gosto. Cansar-te-ias de mim, cansado que ando sempre, farto que ando de estar cansado.

Não sei não estar cansado, mas sei que agora vou aprender.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.