8.8.12

Genève, Suíça, 08-08-2012

Genéve é uma cidade sólida, cheia, consistente; nada aqui parece improvisado ou temporário. Como viver numa cidade que desconhece o efémero?

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A comuna de papala-les-papalots põe objecções a um projecto que lhe vai trazer mil empregos. Há três razões. Uma delas é que o projecto tem demasiados lugares de estacionamento. Voltar a Genève é tão exótico como ir de férias ao planeta Marte.

"O eléctrico passa a cinco minutos do local previsto", explica o maire. "Não há razão para tantos lugares de estacionamento".

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É apaixonante deambular por Genève e tentar perceber porque não gosto de viver nesta cidade.

Hoje vi peixe à venda a 130 francos suíços o quilo. 109 euros. Procurei na net e vi que era peixe-galo-espinhoso, em português (em filetes, é preciso acrescentar).

(PS - este site diz que o peixe-galo-espinhoso é "pouco comercial". A net está sempre a ensinar-nos coisas quase tão apaixonantes como as deambulações por Genève.)

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É possível ser-se pontual (por exemplo) em Portugal. É irritante, desesperante, estúpido, inútil mas não é o fim do mundo. Ser desorganizado na Suíça é.

Entre as sete e as oito da noite há dois supermercados abertos em Genève (dois é uma generosidade; um e meio, talvez seja mais exacto). A partir das oito não há nada se não as mesmo assim abençoadas lojas de afegães que vendem as coisas mais básicas a preços estratoféricos.

(Enfim, é uma cidade pequena e os amigos não estão longe, por mais longe que vivam.)

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Fui ver uma exposição sobre os rios de Genève. Um dos pontos da exposição era a renaturalização de rios que tinham sido "canalizados" (entre aspas porque não sei se o termo está correcto). É curioso como a inteligência muda tudo. Por exemplo, ecologia inteligente é diferente de ecologia tout court. Assim até eu sou ecologista.

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