16.12.12

Miami, Florida, EUA, 16-12-2012

Acontece frequentemente chegar a uma cidade e não ter tempo para a visitar: esta vez é uma delas. S., uma soberba goeleta de 62' cujo desenho foi inspirado num Morgan 60 tem vinte e nove anos; não é bem uma caixa de surpresas, porque não é surpresa. Repara-se uma coisa e descobre-se que as quatro ou cinco que lhe ficam a montante também precisam de ser reparadas e, ou, mudadas. Por isso, de Miami tenho a vista matinal quando vou para o estaleiro, e a nocturna, muito mais bonita, quando dele regresso.

À noite os prédios da baixa estão iluminados e o fundo é o clarão do resto da cidade. O efeito parece um cenário de filme de ficção científica, como se estivéssemos a chegar a um aeroporto de uma cidade noutra galáxia.

Em Maio terei tempo de conhecer melhor esta cidade. Gosta de se fazer passar por um transplante sul-americano no lado norte do continente, mas não é: o espanhol fala-se em todo o lado, pode viver-se aqui - e muitos fazem-no - uma vida sem falar inglês, mas se se quiser ir um bocadinho mais longe do que a superfície das coisas mais vale falar inglês e perceber o mecanismo.

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Se soubesse que havia patrões como os donos do S. teria, há muito tempo, procurado um emprego fixo. E seria capaz de usar a palavra patrão sem hesitar dez segundos.

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Amanhã largo para as BVI. A última vez que estive no mar foi no dia 1 de Outubro. Dois meses e meio é muito tempo, uma eternidade.

Chega até para encontrar um trabalho permanente, de longo prazo, com um programa pré-estabelecido (no verão vamos para a Nova Inglaterra - se formos, mas isso é outra história). E ser feliz, de novo.

1 comentário:

Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.