21.3.13

Falmouth Harbour, Antígua e Barbuda, 20-03-13

O dia começou bem, se se pode chamar começar a um almoço. Tive direito às minhas fajitas, porção dupla; a Sandra não brinca em serviço. Não sei o que fiz entretanto, talvez porque não seja muito importante [sei, fui à praia]. O jantar foi um um  churrasco na doca, desta vez do 2-L.

É o meu último em Antígua; foi um resumo condensado, justo, correcto da minha vida nesta ilha.

Conheci A. (ou B., tem vários nomes), maquinista do 2-L. Tem trinta e oito anos e fala-me do relógio biológico. Conto-lhe que esse tal de relógio dá saltos, avança e pára, recua e pula; como todos os outros relógios. A idade não tem nada a ver.

É um tipo inteligente, sensível e culto. Não percebe que eu queira ter filhos agora, com dois já tão crescidos. Não lhe digo que querer não é o verbo adequado. O verbo é outro, mais difícil do que a vontade. Querer é uma tradução muito aproximada, falaciosa.

O churrasco estava francamente bom. Um chefe num mega iate ganha entre sete mil e quinhentos e nove mil e quinhentos dólares por mês, mas transpira cada um desses dólares, e merece-os.

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Havia dois runs à prova, ontem. Um, o Post Office Rum (o senhor também gere os correios, para além da bomba de gasolina) é bom, sem mais. Forte e saboroso, mas sem corpo, sem cuisse, como diria um francês. O outro é francamente mau, não vale sequer a pena falar dele.

A quarenta EC o galão, o Post Office Rum vale francamente o dinheiro que custa. Muito mais do que o dinheiro que custa.

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Faltam quatorze horas para me ir embora de Antígua.

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