Largámos de Puerto Vallarta um bom bocado mais tarde do que o previsto, e outro tão bom, ou maior ainda, antes do que poderia ter sido.
Estávamos preparados para ir até Acapulco, mas como de costume os deuses (desta vez encarnados em professores de universidade canadenses) decidiram de outra forma, e - sejam os senhores professores louvados - estamos num sítio soberbo, quinze milhas a sudoeste de Puerto Vallarta. Chama-se Yelapas, aconselho uma visita.
O ARCTIC FRONT está numa bóia a cem metros da praia. Espero que a amarra esteja em condições, que não entre vento esta noite, que as Margueritas sejam calmas.
Não é hoje que vou aprender a não ser o que sou; nem amanhã, ou depois. Paciência. Infelizmente convivo bem comigo mesmo. É uma atitude que não fez de mim um homem rico, mas fez de mim o que sou: fundamentalmente, um homem livre. Aos cinquenta e cinco anos - não é verdade, mas é poético, profundo, e dá recuo - aprendo que se pode ser livre e infeliz, ou feliz e preso, ou preso e feliz, etc. Todas as combinações são possíveis.
Tenho a minha, e não vai mudar. Allah u Aqbar.
De maneira como um ceviche medíocre, bebo Margueritas soberbas, e afogo espectros patéticos em Yelapas, no bar do Buli-Buli enquanto o meu barco rola as ancas a cem metros de uma praia vazia. Allah u Aqbar!
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.