Pegue-se num homem inquieto, junte-se-lhe uma infinita capacidade de suportar o infinito, uma grande falta de respeito por tudo menos pelo material que o mantém nesse infinito, e por todos menos os que são como ele, uma ilimitada confiança em si mesmo acompanhada por uma igualmente ilimitada certeza de que nada é e nada vale face ao infinito que gentilmente o suporta. Tempere-se com a permanente certeza de que o dinheiro é como as marés, mas menos previsível. Encha-se-lhe o corpo de paciência se é impaciente e de impaciência caso contrário. Perto do fim acrescente-se-lhe uma dose de desejo profunda como o azul e ilimitada como a inquietação. Regue-se com bastante curiosidade e leve-se a cozer em tempo, muito tempo.
Embarque-se numa embarcação de madeira, aço, alumínio ou fibra de vidro, com ou sem velas, com ou sem motores, com ou sem nada excepto a capacidade de flutuar e de o levar para onde ele quer ir.
Sirva-se acompanhado por uma total incompreensão de quem não é marinheiro.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.