Os dias começam todos iguais, mas continuam de forma diferente. Hoje, por exemplo, houve cinco grandes diferenças: cinco passageiros que, se confirmarem nos enchem o bote. E a barriga num restaurante decente: o gás acabou-se-nos há três ou quatro dias e andamos desde aí a comer ou sandes ou comida manhosa e baratucha.
Esta história do gás tem que se lhe diga; mas antes há que acabar a história deste meio-dia: J., o amigo e passageiro e salvador in extremis está a reparar o dinghy, que tem mais buracos do que muitas camisas de alguns sem-abrigo.
O HELENA S. vinha com uma (creio) ou duas garrafas de gás pequenas, da Camping Gaz. Em Bocas enchê-las leva quatro dias no mínimo, porque as garrafas têm de ir não sei para onde. Quando apareceu este grupo para Cartagena uma delas estava vazia e a outra a uso havia um bom bocado.
Comprei uma garrafa suplente, não fosse o diabo tecê-las. Mas o diabo tece-as quando quer e lhe apetece. Felizmente o gás só acabou depois de alguns dias em Cartagena, já todos os passageiros tinham desembarcado. A garrafa que comprámos em Bocas tem propano em vez de butano e estamos sem poder cozinhar desde aí. Em Cartagena ninguém enche garrafas de butano, e nenhum dos trezentos e cinquenta (aproximadamente, claro) reguladores que temos a bordo serve nestas garrafas.
Três dos passageiros devem confirmar hoje, e assim que pagarem vamos comer como deve ser. Abaixo as sandes e as pastas manhosas; viva a boa e honesta comida colombiana.
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Temos seis passageiros, a preços um bocadinho abaixo do normal. Uns porque desembarcam em San Blas, outros porque vão de ida e volta, outro porque nos está a reparar o dinghy.
S. dizia-me que os preços vão subir; não será decerto por causa do HELENA S.
Bom bom seria que os nossos fornecedores também estivessem em fase de lançamento no mercado; felizmente não estão: é tudo gente experiente e recomendada.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.