24.5.14

Diário de Bordos - Lisboa, Portugal, 24-05-2014

Lisboa está cheia de mulheres bonitas e espanhóis feios, vestidos de palhaço e cerveja na mão. Três gajos de bicicleta parecem-se com carteiristas disfarçados de polícias à paisana, ou polícias disfarçados de carteiristas; em qualquer dos casos os disfarces estão bastante bons. Está tudo cheio de gente: as ruas, as praças, as esplanadas, o metro, o comboio. Normalmente detesto multidões; mas hoje não há multidões: há electricidade.

No caminho para casa tive um início de intoxicação melancólica. Felizmente ainda estava a tempo de a tratar: um pequeno corona (não gosto de charutos grandes, graças a deus) - aconselho o Romeo y Julieta, mas um Vega de Robaina ou um Partagas também servem - umas flores na florista Pequeno Jardim (a senhora não entende muito bem o meu sentido de humor; provavelmente porque não tenho um), uma ginginha Sem Rival - o sr. Coelho parecia uma daquelas personagens de banda desenhada a quem de tanto se mexer não se vêem os braços, ficam transparentes - e compras de especiarias no centro comercial da Mouraria.

Não curei definitivamente a intoxicação mas pelo menos parei-lhe a progressão galopante.

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Na primeira página do Público (de ontem) vejo um título que diz "A maioria dos [professores? Não me lembro] estão [qualquer coisa - desmotivados, ou qualquer coisa do género. Não importa -]. Porra, Numa primeira página. Eu percebo que não tenham revisores, mas não aceito que não tenham vergonha.

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Começo a habituar-me a Lisboa. Já não bebo dezenas de café por dia e a quantidade de torradas com manteiga está num nível quase normal.

Amanhã vou para Évora. O meu porto sem mar.

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