Um gajo sabe que algo está errado quando um centro comercial lhe aparece como o sítio ideal para passear e descontrair. Verdade que à hora que lá vou tem pouquíssima gente; mas isso não explica tudo.
E muito menos quando penso que comprei duas ou três coisas das quais tinha mediana necessidade. Bem sei que mediana necessidade para mim é uma urgência para muitos. Mas costumo dirigir-me mais pelo que eu penso do que pelo que os outros fazem. E hoje apanhei-me em plena retail therapy no Shopping São Luís, com a frágil e instável desculpa de que queria comprar uma peça de fruta e não me apetecia voltar para a Praia Grande (designação que um amigo querido me diz preferível a Reviver. A política local interessa-me medianamente - sou de onde estou, com a notória excepção de Antigua, país por cuja política nunca me consegui interessar, nem pouco nem muito - mas a amizade é um valor, e faço como me dizem).
São Luís não é muito agradável para passar tanto tempo. Mas aos poucos vou-me habituando, e fazendo amigos e apreendendo a cidade.
Ontem fui ao teatro. Uma peça sobre Jean Genet. Fiquei admirado com duas coisas: a qualidade técnica da dramaturgia (não foi uma surpresa, mas é sempre agradável) e o quão datado Genet me apareceu. a sua qualidade poética mantém-se; as militâncias - tanto a homossexual como a da abjecção - perderam o sentido.
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Mudei drasticamente o meu regime alimentar, e hoje descobri que já quase posso apertar o cinto mais um buraco. Não fico muito surpreendido por conseguir apertar o cinto, mas sim pela facilidade com que mudei de dieta - basicamente comer metade do que comia, cortar completamente os hidratos de carbono e beber exponencialmente menos -. E já lá vão duas semanas.
O pior é que depois vou precisar de comprar roupa.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.