17.11.14

Diário de Bordos - Galveston, Texas, Estados Unidos, 16-11-2014

Sinto-me como um atirador de facas de circo que se usasse a si próprio como alvo. E falhasse a grande maioria delas.

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A cada etapa houve uma pequena barreira, ultrapassada com a graça e distinção de uma gazela feliz.

Pela primeira vez entro nos Estados Unidos com um bilhete só de ida. E como não me lembrava de quando fiz o ESTA pela última vez passei-a numa tensão indescritível. 

Potenciada porque antes de vir meti a pata na poça como há muito tempo não metia. Tanto que antecipei o ano novo e tomei uma resolução das de ano novo vida nova. Foi uma lição dolorosa. Ainda bem. São as que ficam.

Não será ainda a vida mas há uma coisa em mim que vai mudar já.  

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Encontro o TL como o encontrei em Shelter Bay: sujo, desarrumado,  negligenciado.

É criminoso: o barco é lindo e deve navegar maravilhosamente. 

Nunca compreenderei a falta de amor por um barco. Seja bonito ou feio, de resto. 

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No aeroporto,  a dois metros de mim estão duas máquinas com aquilo de que mais preciso agora: uma carrega telefones a outra vende cartões SIM.

Mas só aceitam cartões de crédito. Há muito tempo que o cash deixou de ser rei.

Agora é vagabundo, pobre,  coisa de nómadas e de traficantes de droga.

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