O médico pode dizer o que quiser (verdade seja dita eu não lhe contei tudo; se tudo fosse grave ele tê-lo-ia descoberto, de qualquer forma); mas chego ao fim dos dias e sinto-os passar.
Forçoso é reconhecer que não foi apenas o trabalho: celebrei o emprego, o Natal, estar vivo e feliz. Dois dias seguidos de celebrações pagam-se. Hoje com muitas horas de sono.
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O qual dia começou com uma cena adorável e provavelmente só possível nas Caraíbas: o condutor do bus (no roiginal porque não são autocarros, mas aquilo a que em Portugal chamamos minivans, creio) estava hílare. Alguém lhe tinha pago a viagem com um dólar rasgado ao meio. O homem, perdido de riso, explicava que lhe tinham dado a nota dobrada (é muito frequente) e ele não tinha, naturalmente, visto.
Aquilo fazia-o rir a bandeiras despregadas. E com ele todo o bus, que naturalmente inventava razões e fazia comentários. A hipótese mas votada foi, claro, que era para fazer os cinquenta cêntimos (alguns trajectos custam um dólar e meio).
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E depois foi por aí fora. Um cliente cujo barco garrou, um tipo perdido de fumo cujo barco se atravessou na ponte e estava tão pedrado que não se apercebeu que o motor não estava a funcionar quando o fui ajudar a sair dali, uma francesa histérica (nem sempre é um pleonasmo, francês histérico),
Acabei eram seis da tarde e, para completar a prenda de Natal que foi encontrar este trabalho, poderei muito provavelmente deixar a Shitty Crew House amanhã.
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Hoje foi um dia louco. Espero que venham muitos mais assim. A carcaça que se desenrasque.
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.