Mais uma crise de pedras nos rins. Esta felizmente breve e muito menos intensa do que a última, que eu pensava ter sido há um ano e afinal foi há nove meses. Mas fiquei de rastos, como se tivesse sido das grandes. Febril, exausto.
Uma por ano é menos mau, mas muito gostava eu de saber de onde vêm esta porra destas pedras; se são de ontem ou da semana ou do ano; se as estúpidas dores de cabeça com que tenho andado estão relacionadas com elas; e sobretudo o que fazer para que o ritmo não aumente.
Não sei. Durou duas horas. Quando resolvi ir comprar o chá quebra-pedras já podia andar (felizmente. Em Paraty não há drogarias, ou se as há estão fechadas).
Passeei pela vila, a qual consegue o prodígio de ser ainda mais bonita do que um gajo que ouve falar dela há trinta anos e vê fotografias imagina. (Uma pequena palavra para os inúmeros e jovens exemplares da recente arquitectura feminina, - não só brasileira, nesta altura de feriados, mas também internacional - que muito contribuem para a alegria dos olhos e das ruas do povoado).
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Vim aqui parar à boleia. O método é fácil: vai-se a um site chamado, por exemplo, tripda e depois dos registos e das porras todas faz-se uma "procura de carona" na qual se põe a cidade de partida - no caso S. Paulo - e se deixa em abertas a cidade de destino e a data.
O primeiro da lista é um senhor chamado Matias G. (o site não dá os apelidos) que se revela um jovem argentino, gestor de um tour operator de luxo, que vai para Paraty com a mãe e é educadíssimo, pontual, simpático e, não despiciendo, bom condutor.
A viagem durou seis horas, das quais duas para sair de S. Paulo.
Por coincidência vinham para o mesmo hostel que eu, de maneira a boleia foi literalmente até à porta.
Agora trata-se de ir fazendo a mesma coisa, com frequentes consultas ao Google Earth.
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Resisti à tentação de comprar um livro na pequena mas bem recheada livraria de Paraty. É de assinalar porque houve pelo menos quatro que me saltaram para as mãos.
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Ideia para os marketeers das cervejeiras: oferecer mesas e cadeiras de madeira aos bares, em vez destas abomináveis, obscenas, gritantes e irritantes coisas em plástico. As que tenho à frente tiram-me a vontade de beber Skol pelos próximos dez anos, tal a discrepância entre a beleza da paisagem e a fealdade do mobiliário.
(Forçoso reconhecer que a música não ajuda).
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Não prometo responder a todos os comentários, mas prometo que fico grato por todos.